Hospital suspende hemodiálise e gestão Bruno Cunha Lima acumula mais uma crise na saúde

Tem virado quase uma rotina. Os problemas na saúde pública de Campina Grande vêm se acumulando desde o início deste ano. E não são questões superficiais, de simples solução. São denúncias graves de falta de pagamento a fornecedores, atendimento precário em unidades de saúde e risco de interrupção de serviços que atendem pessoas com câncer e hemodiálise.

No início do ano junto à FAP, que atende pacientes com câncer. Depois um embate por cobranças milionárias feitas pelo Hospital Help. As dívidas do Help foram parar na Justiça.

Uma nota divulgada pelo Conselho Municipal de Saúde, em março, relatou falta de medicamentos nos postos de saúde e funcionamento precário. Tempos depois, servidores da "Pasta" chegaram a paralisar as atividades por atraso no pagamento.

A mais recente crise, desta semana, tem como epicentro o serviço de hemodiálise oferecido em uma clínica ligada ao Hospital Antônio Targino. Pacientes ouvidos pela TV Paraíba disseram estar vivendo um drama com a suspensão das sessões.

A gestão estaria com um débito com o Targino de aproximadamente R$ 1 milhão, o que estaria acarretando a falta de insumos básicos no serviço.

Preocupada com a situação, a Promotoria da Saúde recomendou a realização dos repasses financeiros, ou a garantia de que os serviços sejam realizados em outras unidades hospitalares. Não apenas para hemodiálise, mas também procedimentos de ortopedia, neurocirurgia e terapia intensiva.

"Realize, de forma imediata, os repasses financeiros devidos ao Hospital Antônio Targino, correspondentes aos serviços prestados durante a vigência do contrato de prestação de serviços firmado com o município, de modo a assegurar a regularidade da assistência e evitar o colapso da rede", diz o MP.

Desgaste para gestão

As crises seguidas na Saúde expõem a imagem da gestão Bruno Cunha Lima (UB). Elas deixaram há tempos de ser situações pontuais enfrentadas pela gestão de uma cidade de porte médio - com 400 mil habitantes e que atende a boa parte do Estado - para ser um gargalo crônico.

E o que mais impressiona: sem sinais por parte da gestão, pelo menos por enquanto, de resolutividade. De medidas mais abrangentes, que possam estancar os problemas e o desgaste.

Em tempo

Ao Blog, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Campina Grande reconheceu a existência do débito, mas informou que a "Pasta" vem tentando renovar os contratos com o Hospital Antônio Targino.

De acordo com a assessoria, no entanto, a unidade estaria impossibilitada de firmar novos contratos.

Outra versão

Após a publicação deste post, o secretário de Saúde de Campina Grande, Dunga Júnior, disse não existirem "débitos acumulados". Segundo ele, o que há é uma dívida da "produção" do hospital. "Para o pagamento, eles precisam apresentar as certidões negativas", justificou ao Blog.

Fonte: Jornal da Paraíba/Pleno Poder

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