Tática de Trump para resolver crise com a Colômbia indica como EUA devem tratar política externa
No fim, levou apenas cerca de 12 horas para que o primeiro confronto direto do presidente Donald Trump com um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos na América Latina, a Colômbia, resultasse em um recuo completo do presidente colombiano Gustavo Petro.
Não foi uma grande disputa. A Colômbia depende dos Estados Unidos para mais de 25% de suas exportações. Embora os detalhes da disputa provavelmente sejam rapidamente esquecidos, a ameaça rápida de Trump em impor tarifas esmagadoras e a rápida rendição de Petro provavelmente encorajarão o presidente americano enquanto ele pensa em como fazer uso da mesma arma contra novos alvos.
Não há muito mistério sobre quem seriam os próximos: a Dinamarca, cujo primeiro-ministro disse à Trump que a Groenlândia não estava à venda durante uma conversa exaltada e cheia de palavrões há quase duas semanas, e Panamá, onde o secretário de Estado Marco Rubio deve desembarcar em alguns dias para exigir que o país devolva o controle do Canal do Panamá aos EUA — o país que o construiu, há 120 anos.
Esta é a era que Fred Kempe, presidente do centro de estudos Atlantic Council, de Washington, chamou de “mais mercantilista, menos livre comércio e de mais arrogância das grandes potências”.
O desastre diplomático com a Colômbia teve os três elementos, mas também foi um exemplo sobre como o governo Trump toma as decisões de política externa: não houve documentos políticos, reuniões para pesar opções e nem um movimento nos bastidores para diminuir as tensões com um aliado cuja cooperação os EUA precisam em uma série de problemas.
Fonte: Estadão
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