Lula lança nesta semana novo programa de gás de cozinha gratuito para famílias pobres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai lançar nesta semana o Gás do Povo, programa que vai oferecer gás de cozinha gratuito a 15,5 milhões de famílias de baixa renda — cerca de 46 milhões de pessoas.

A expectativa do governo é de que a iniciativa, que vai substituir o Auxílio Gás, custe R$ 5,1 bilhões em 2026. O anúncio deve ser feito na comunidade Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte (MG), na quinta-feira (4). Será a segunda vez de Lula em terras mineiras em menos de uma semana — na última sexta, o presidente cumpriu agendas em Contagem e Montes Claros.

O petista comentou o lançamento do Gás do Povo em entrevista exclusiva à RECORD na semana passada.

“Na semana que vem, eu volto a Belo Horizonte para ir ao Aglomerado da Serra anunciar o programa chamado Gás do Povo. É um programa de financiamento de gás para as pessoas mais pobres do país, que não vão pagar mais pelo gás, vão receber o gás gratuitamente”, declarou.

Na agenda de Contagem, Lula aproveitou para criticar o preço final do produto.

“As pessoas mais pobres sabem que um botijão de gás de 13 kg sai da Petrobras a R$ 37 e chega no consumidor a R$ 140, R$ 150. Então, estamos assumindo a responsabilidade que uma pessoa não pode gastar 10% do salário mínimo para comprar gás e que pessoas mais pobres possam receber o gás de graça, para a gente não ver acidente com álcool, acidente com querosene ou com lenha”, destacou o petista.

Diferenças entre os programas

O governo federal pretende reformular o programa Auxílio Gás, que hoje atende 5,6 milhões de famílias pobres. O Gás do Povo prevê que o benefício seja direcionado a quem está inscrito no CadÚnico (Cadastro Único) e tenha renda familiar de até meio salário mínimo.

A nova medida visa ampliar os recursos destinados aos beneficiários, para enfrentar a pobreza energética. Atualmente, cada família contemplada recebe R$ 108 a cada dois meses, valor calculado a partir da média nacional do preço do botijão de 13 kg de GLP (gás liquefeito de petróleo). O número é informado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o modelo atual não cobre os custos reais enfrentados pelos consumidores. Embora o valor seja calculado a partir de uma média nacional, em muitas regiões o preço do botijão é mais alto e pode chegar a R$ 170, contra uma média nacional de pouco mais de R$ 100.

“Existe uma disparidade muito grande entre regiões, o que faz com que o auxílio não seja suficiente para garantir a compra do gás”, salientou o ministro, em entrevista na última quarta (27).

Como alternativa, o governo quer substituir o repasse em dinheiro por um sistema de fornecimento direto do botijão. A proposta prevê que as famílias recebam um crédito vinculado ao CPF, que poderá ser usado em revendas de gás cadastradas.

No novo modelo, o beneficiário se apresentaria ao distribuidor, retiraria o botijão e o pagamento seria feito diretamente pelo governo ao revendedor.

“Com isso, vamos garantir que as famílias recebam o produto sem precisar arcar com valores adicionais e, sobretudo, com mais dignidade”, acrescentou Rui Costa.

Fonte: Portal Correio

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