Galípolo rejeita ideia de que o real esteja sendo alvo de "ataque especulativo"

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira (19), que não há rotina de dar ciência ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o que o BC pretende ou vai fazer. “Nem do ponto de vista legal, e ele jamais chegou perto de discutir comigo sobre o que o Banco Central vai fazer em qualquer tipo de reunião”, garantiu durante entrevista coletiva para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do BC.

Segundo Galípolo, não se quer esse tipo de relação no Banco Central, porque há a ciência e a preocupação de que a inflação é muito ruim para a população. Ele também disse que o presidente Lula tem confiança nele. “Não só em mim, mas em toda a diretoria do Banco Central: de que ela vá desempenhar o trabalho que ela precisa para focar na inflação”, disse.

O futuro presidente do BC disse também que a ideia de um ataque especulativo contra o real como movimento coordenado não explica bem a situação do câmbio neste momento. “Eu acho que não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, vamos dizer assim, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido”.

“Basta a gente entender que o mercado funciona, geralmente, com posições contrárias”, disse. “Para existir um mercado, precisa existir alguém comprando e alguém vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem”.

Fonte: Estadão

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