Fraude no INSS: investigado tentou transferir R$ 59 milhões para criptomoedas após operação da PF

O empresário Mauricio Camisotti, investigado em fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tentou transferir R$ 59 milhões para criptomoedas 16 dias após a Polícia Federal ter deflagrado a Operação Sem Desconto, que investiga os descontos irregulares.
Em 8 de maio de 2025, Mauricio Camisotti entrou em contato com o BTG Pactual, no Rio de Janeiro, pedindo para transferir 40% das aplicações de uma conta no banco para criptoativos.
O montante corresponderia a cerca de R$ 59 milhões. Os investimentos de Camisotti na conta estavam avaliados em R$ 148 milhões na época.
O banco travou todas as aplicações e o impediu de fazer qualquer movimentação. A instituição suspeitou do pedido pois Camisotti nunca havia feito aplicações desse tipo.
O documento foi enviado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.
Além do pedido de transferência, Camisotti informou ao banco que gostaria de começar a receber "os valores mensais" depositados pelo advogado Nelson Willians, que também é investigado pela CPMI do INSS, em uma conta offshore.
O empresário justificou que os repasses era pagamentos referentes à venda de um imóvel nos Estados Unidos. A equipe do banco solicitou documentos que comprovassem a transação imobiliária, mas o empresário nunca os enviou.
O banco relatou que dias depois, além de não comprovar a transação, o empresário exigiu que uma das funcionárias responsáveis pela gestão da sua conta apagasse a troca de mensagens sobre a solicitação dos documentos da suposta transação com Nelson Willians.
"Mauricio ligou à colaboradora, negou a entrega do documento e ainda solicitou que a mensagem fosse apagada", relatou o banco.
Insatisfeito com as decisões do banco, Camisotti insistiu na operação de transferências dos seus bens para criptoativos e solicitou uma reunião presencial, negada pelo banco.
Não satisfeito com as negativas do BTG Pactual em realizar as operações, Camisotti ligou novamente para a equipe do banco e quis saber mais sobre transações em criptomoedas lastreadas em dólar.
Na sequência, pediu que os funcionários do banco abrissem contas em nome de terceiros como alternativa para realizar a transação que estava sendo barrada, mas teve o pedido negado novamente pela instituição bancária.
Após o banco BTG Pactual informar a situação e suspeita de evasão de divisas ao COAF, as informações relatadas foram classificadas como "burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais".
Fonte: G1
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