Burnout: saiba como reconhecer os sinais no trabalho e na universidade
Está em vigor no Brasil desde o dia 1º de janeiro de 2025 a nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre as principais mudanças está a inclusão da Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional, resultado do estresse crônico relacionado ao trabalho.
A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional caracterizado por exaustão extrema, estresse e esgotamento físico e mental. A palavra “burnout” vem do inglês ("burn", que significa "queimar" e out, que significa "por completo") e descreve a sensação, segundo especialistas, de “queimar até o fim”, quando a pessoa chega ao limite da capacidade física e emocional.
A principal causa é o excesso de trabalho, especialmente em ambientes de alta pressão, cobrança e responsabilidade. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com algum tipo de doença mental relacionada ao trabalho, colocando o país na segunda posição mundial em casos de burnout.
Sintomas e diagnóstico de Burnout
A síndrome costuma se desenvolver de forma gradual e pode ser confundida com cansaço passageiro. Com o tempo, os sintomas se intensificam e comprometem a qualidade de vida. A psicóloga Eimy Rocha, especialista em estresse e saúde mental nas empresas, explicou que os sintomas podem ser tanto emocionais quanto físicos: “Geralmente envolvem um cansaço extremo e uma falta de conexão com o próprio trabalho. O trabalho continua sendo importante, mas a pessoa se vê desconectada da sua produção. Como o burnout é o auge do estresse crônico que não foi gerenciado, o corpo passa a responder com irritabilidade, dores de cabeça, baixa libido e até dermatites. É o efeito direto do excesso de cortisol e adrenalina circulando”.
Entre os principais sinais estão:
- Cansaço físico e mental constante
- Dificuldade de concentração
- Alterações no sono e no apetite
- Irritabilidade e mudanças repentinas de humor
- Sensação de fracasso ou incompetência
- Dores musculares e de cabeça frequentes
- Isolamento social
- Negatividade persistente
- Problemas gastrointestinais e aumento da pressão arterial
De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome também pode evoluir para depressão profunda, sendo essencial procurar ajuda logo nos primeiros sinais. O diagnóstico é feito por psiquiatra ou psicólogo, a partir de uma avaliação clínica. O tratamento geralmente envolve psicoterapia, podendo incluir o uso de antidepressivos ou ansiolíticos, conforme orientação médica.
Esgotamento no ambiente acadêmico
O fenômeno também tem sido observado fora do ambiente corporativo por estudantes, especialmente os que enfrentam alta carga de estudos, competitividade e pressão por desempenho. Segundo a psicóloga Eimy Rocha, o mesmo esgotamento pode ocorrer entre pessoas que vivem intensamente o meio acadêmico
“Pessoas que seguem a carreira acadêmica trabalham com o estudo, com produção intelectual. Então, pode sim haver um burnout que vem desse ambiente acadêmico, da própria rotina de pesquisa e da pressão por resultados”, explicou Eimy. A exaustão mental, o desânimo e a dificuldade de concentração são sinais de alerta. Assim como no caso profissional, o acompanhamento psicológico é essencial para evitar agravamentos.
Fonte: Jornal da Paraíba
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